Vim falar sobre as minhas impressões de Buenos Aires porque muitas vezes esse é o destino que inaugura as viagens internacionais de grande parte dos brasileiros, além de ser um dos mais repetidos por nós.

Eu fui na contramão dos costumes nacionais e visitei Buenos Aires bem depois de começar a rodar pelo mundo, o que me fez ter outra percepção sobre lá.

Primeiras impressões de Buenos Aires

Antes de começar a falar sobre as minhas impressões de Buenos Aires vou deixar aqui alguns posts essenciais para ajudá-lo a programar a sua viagem:

Buenos Aires: perguntas e respostas

Buenos Aires: 25 dicas de hotéis

+ Qual o melhor seguro de viagem para Argentina?

+ Qual o melhor chip de viagem para Argentina?

Buenos Aires é cidade grande?

Sim, e Buenos Aires tem cara de cidade grande. Algumas das avenidas mais largas possuem até dez faixas lado a lado com carros trafegando em uma só direção. Infelizmente isso não facilita a vida de quem anda de carro ou transporte público coletivo: existem engarrafamentos homéricos, filas de ônibus que dobram o quarteirão e metrô lotado.

A maior parte da cidade é limpa, principalmente aos olhos de quem vive nas capitais brasileiras. O problema maior está em Palermo, mas existem resquícios espalhados por toda a cidade: a quantidade de cocô de cachorro nas calçadas é absurda!

Se isso for sinal de sorte é impossível competir com os portenhos.

Outra coisa curiosa é como a disponibilidade gratuita de wi-fi tornou-se valor agregado no comércio: em nenhum lugar do mundo passei pela experiência de encontrar internet gratuita em todos os lugares que visitei.

Não só restaurantes e baladas, mas em cabeleireiros, padarias, bares… Basta entrar, sentar e pedir a senha.

Buenos Aires é surpreendentemente segura. Usei transporte público tarde da madrugada, caminhei diversas vezes por Palermo Viejo prestes a amanhecer e várias outras coisas muito menos indicadas de se fazer, mas não me senti ameaçado em momento algum.

Claro que fiquei restrito aos bairros mais conhecidos e ao centro da cidade, além de andar acompanhado em tempo integral por mais de um amigo. Para mim o maior problema é a desatenção, a malandragem e os pequenos furtos.

Trânsito e transporte público em Buenos Aires

A impressão que tenho é que portenhos dirigem ainda pior do que meu conterrâneos mineiros, e olha que isso não é nada fácil. Não vi um único carro ligar a seta antes de trocar de faixa, aliás, troca-se de faixa como se não houvesse ninguém na pista ao lado: quem está na esquerda entra na faixa da direta até que o último da extrema direita é obrigado a parar rente ao meio-fio, parece um balé mal ensaiado.

O problema das faixas só não é maior porque existem pouquíssimas motos circulando.

Para nós, brasileiros, os carros são os mesmos: as mesmas marcas, os mesmos nomes e a mesma paixão ($) pelos populares, a não ser que você esteja na parte descolada de Belgrano ou passeando pela Recoleta.

Andar de metrô é extremamente cômodo e andar de ônibus é surpreendentemente fácil, mas para ambas as situações você pode esbarrar em estações completamente intransitáveis, independente do horário ser ou não de pico – ônibus, às duas da manhã, inexplicavelmente abarrotado? Si, como no!

(Um update de mea culpa: isso tem mudado muito com a chegada dos aplicativos como Uber e Cabify.)

Aliás, falando em Uber, andar de táxi seria ainda mais fácil e barato se não fossemos constantemente passados para trás: não existe sensação pior do que ser passado para trás tantas vezes e em tão pouco tempo. Descobri que prefiro ser legitimamente roubado do que levianamente enrolado.

+ Táxi em Buenos Aires: 10 dicas de segurança

Outra curiosidade é essa estranha mania portenha de acelerar para chegar ao sinal fechado: o sinal vermelho vem como um convite para o sujeito acelerar em direção a faixa de pedestres, é inexplicável!

Buenos Aires: primeiras impressões

Primeiras impressões de Buenos Aires: Ponte da Mulher em Puerto Madero

Dinheiro e compras em Buenos Aires

Nosso real já viveu eras piores frente ao peso argentino, mas lá as coisas tem ficado tão mais caras que a valorização do real não mudou muita coisa, pelo contrário, jantar, comprar e se locomover estão inflacionados desde que fui a Buenos Aires pela primeira vez, em 2011.

Sempre achei surreal a ideia de concorrer com os outlets da Flórida tendo uma economia tão complicada e uma moeda tão desvalorizada, mas esperava encontrar boas promoções que me fizessem ao menos deixar de comprar no Brasil: Buenos Aires não oferece absolutamente nada que não possa ser encontrado aqui por preços semelhantes.

+ Compras em Buenos Aires: dicas atualizadas

Claro que você consegue encontrar marcas argentinas (de couro, lã, malha…) por preços incrivelmente mais baixos do que os produtos dos shoppings da elite portenha, mas você não pode comparar o preço de produtos tão diferentes – eu também sei onde encontrar produtos por um terço do preço em Belo Horizonte.

Comida e bebida em Buenos Aires

Buenos Aires é uma maravilhosa viagem gastronômica. Sim, já foi incrivelmente mais barato, mas continua tão fácil comer com qualidade que as comidas rápidas e de fim de noite perdem o charme.

Se por um lado os 10% raramente aparecem inclusos na conta (mesmo que todos esperem que você os pague), os cubiertos não deixam de aparecer por decreto algum: em Buenos Aires aquela tradicional cestinha de pães antes das refeições é paga, por pessoa, quer você queira, quer não. O preço varia de lugar para lugar e vai de acordo com o borogodó do restaurante, mas geralmente cobra-se entre 20 e 50 pesos sem que haja nada de gostoso.

+ 8 coisas que você deve saber antes de comer em Buenos Aires

+ Lugares para comer (e não comer) em Buenos Aires

As duas coisas que mais encarecem a conta final são sobremesas e refrigerantes. Quem bebe refrigerante acaba pagando o mesmo de quem divide uma garrafa de vinho. Como cerveja também não sai barato o seu maior público acaba se encontrando é nas baladas.

Gorjetas raramente podem ser incluídas no cartão.

Vida noturna na capital da Argentina

Buenos Aires é uma cidade boêmia, mas dizer que a noite começa tarde nem sempre é verdade, principalmente se você pretende jantar antes: restaurantes não permanecem abertos por muito tempo depois da meia-noite e baladas “after office” começam às 19h.

O fato é que o ápice da balada acontece por volta das duas ou três da manhã, não se esqueça.

Não importa em que balada você esteja, em algum momento da noite todos irão tocar reggaeton e o hit parade das micaretas baianas da década de 1990 – juro!

A maior parte das baladas possuem entrada gratuita antes das 23h, depois é cobrada uma taxa que varia entre 50 e 100 pesos, geralmente com algum “welcome drink” incluso. É comum as baladas chegarem a lotação máxima pouco depois da meia-noite: fica difícil andar, beber e dançar, mas parece que é assim que o povo gosta.

+ Buenos Aires: dicas de balada e vida noturna

Uma coisa com a qual argentino não sabe lidar é chapelaria de balada: casacos e bolsas são guardados de forma completamente aleatória, não tem coisa pior do burocracia para pode ir embora.

Portenhos e portenhas

As pessoas dizem que é impossível descrever o argentino tendo tido contato apenas com os moradores da capital. A impressão que tive é que as pessoas na rua geralmente são mais pacientes, solicitas e educadas do que vendedores e atendentes de forma geral.

Use seu portunhol ao máximo, todos ficarão mais felizes ao tentar compreendê-lo. Brasileiros são bem recebidos e bem tratados, mas não espere nenhuma festa.

Última dica que dou: o site oficial do turismo de Buenos Aires é uma ótima fonte de informações, inclusive atualizações de valores que tendem a subir loucamente com a inflação registrada nos últimos anos.

E você, quais foram as suas primeiras impressões de Buenos Aires?

Outras dicas do blog para programar a sua viagem:

  Já sabe onde ficar em Buenos Aires? Fiz três listas com as melhores opções nos bairros mais procurados: Palermo, Microcentro e Puerto Madero.

  Já contratou seguro de viagem? Seguro é essencial, principalmente em tempos de Covid! O comparador Seguros Promo oferece pelo menos 10% de desconto para leitores do blog e ainda parcela no cartão!

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10 COMMENTS

  1. Eu fui a Buenos Aires pela primeira vez em 2010 e achei maravilhosa. Já estava em crise e já tinha muitos panelaços pela cidade, mas o povo foi educadíssimo e muito prestativo. Achei as pessoas muito amigáveis e sempre dispostas a bater um papo. O lado ruim é a violência, quase tive minha câmera roubada e um amigo teve a carteira roubada, mas nada disso tirou o charme da cidade. Tanto que estou voltando agora em novembro.

  2. Buenos Aires é realmente uma cidade que vale a pena! Já fui três vezes lá e sempre curti muito.
    Os motoristas são realmente muito “mão”, e tem que tornar muito cuidado com os táxis. Para ir do aeroporto para o centro é melhor contratar um Remis (um táxi de aluguel). Sai mais caro, o motorista continua barbeiro, mas ao menos você acerta o preço antes.
    Em geral os argentinos são muito amáveis, e a comida muito boa!

  3. Sendo bem sincera, AMEI BsAs!!! Que cidade é aquela..
    Fui no mês de novembro com algumas amigas, O clima estava ótimo e a cidade estava linda, toda florida.
    Fiquei hospedada no Hotel Central Park Plaza ( ótima localização)Pertinho de tudo!!
    A comida? Bem ela não foi uma das minhas melhores recordações… (Faltava um pouco de tempero)!! mas o sorvete, ahh é Muito Bom!!
    A balada começa bem tarde mesmo, por volta das 03:00hs é que começava a ficar animada…e como ficava animada!! Nosso Hermanos ficam loucos com o fato de ter brasileiros por la. Vale MUITO a pena conhecer BsAs.
    Já estamos com o retorno programado para o próximo ano.
    Valeu Rodei!

  4. Cara, sou fanático por BsAs e conheço muitos detalhes da cidade e dos porteños. Sobre a sujeira da cidade, uma coisa me impressionou: muita bituca de cigarro jogada no chão, o povo lá fuma muito, reparei nisso logo de cara andando pela cidade. Carrões vc encontra em Palermo Soho e Hollywood tb, bairro dos abonados. Exceto pelo futebol, os hermanos amam o Brasil e o brasileiro, sempre fui bem tratado e valorizado quando dizia que sou brasileiro. Sorvetes e doces incríveis, vinhos também, empanadas, medialunas e afins. Lugares modernos, gente bem vestida, um clima europeu e cabelos armados são a cara de BsAs. Ah, uma coisa importante, nos cinemas da cidade 70% dos filmes são nacionais, isso é incrível.

  5. Bem bacana o texto e o blog. Saí de Buenos Aires com a certeza de que preciso voltar, tem mta coisa q nao conheci. Agora, surpreendentemente, Montevideu está mais preocupante em relacao à seguranca do que Buenos Aires – apesar de também ser uma cidade liinda, e com precos melhores que os portenhos – até a brasileirada descobrir, logico.

  6. Ótimo post! Bem fidedigno em relação a experiência que eu também tive em BA! Cuidado com os taxistas e aproveitem as refeições de qualidade e com preços baixos comparados aos praticados nos restaurantes de mesmo padrão que econtramos no Brasil!

  7. Estive em Buenos Aires em Julho e acho que seu post inicial ficou faltando só o grande comentário: é impossível conhecer tudo que a cidade tem a oferecer.

    Nos 10 dias que passei lá, batendo perna sem parar – como gosto de fazer -, conheci inúmeros lugares interessantes e ainda saí frustrado por não ter visto tantos outros.

    Também comecei as andanças pro exterior por outras fronteiras, mas preciso declarar: a Argentina merece nosso respeito (e visita). Um abraço!

  8. Já não era sem tempo de voltar hein!
    Com essas dicas todas da Argentina, fica complicado estabelecer prioridade de viagens, mas sem dúvida que entra pra fila de viagens a se fazer! Rs.

    Bom retorno aos posts, meu caro!
    Abraço.

  9. Já peguei ótimas dicas no seu blog. Fui a Buenos Aires apenas uma vez, mas é um lugar vou voltar com certeza e recomendo para todos. Vou falar de local de hospedagem, fiquei na recoleta no hotel Unique Chateau. A recoleta é um ótima bairro, lembra muito a Europa, limpo e perto de tudo. O hotel até que é bom, o café da manhã é que deixou um pouco a desejar.

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