Chicago é o tipo de cidade que gosto, que acontece a altura dos olhos, que não demanda grandes planejamentos antes desbravá-la ou muita coisa além das pernas.

Você pode pesquisar o que conhecer e como se deslocar, mas Chicago é incansável, ela acontece à medida que você caminha por ela – e ela não te espera.

Sou apaixonado por cidades que independem de nós, onde o acaso dita a programação do dia.

Em Chicago ninguém precisa correr atrás de motivos que justifiquem colocá-los em seu roteiro, eles acontecem sem que você procure por eles.

Chicago: primeiras impressões

Esse post foi escrito quando visitei Chicago pela primeira vez, em 2016, mas de lá para cá outras viagens já aconteceram (e por isso, atualizações importantes foram feitas).

Como não esqueço sentimentos, lembro de me sentir bem assim que deixei as malas no hotel: em novembro de 2016, eu me senti bem assim que cheguei ali.

Eu adoro uma metrópole, me sinto à vontade em cidades grandes, e tive a sensação de que eu gostaria mais sempre que um próximo quarteirão começasse.

E foi exatamente o que aconteceu: à medida que eu andava, Chicago ficava cada vez melhor.

Que tipo de cidade é Chicago?

Chicago é do tipo metrópole, com prédios enormes, gente caminhando por todos os lados e um milhão de coisas acontecendo ao mesmo tempo.

Chicago é grande, mas quem é turista dificilmente terá uma noção real do quão grande ela é, porque é no centro de Chicago onde quase tudo acontece.

O centro é grande, plano, seguro e cheio de arranha-céus que facilitam suas tentativas de localização.

Sem deixar de citar o transporte público eficiente, todas as lojas e restaurantes, infelizmente sou obrigado a fazer algo que não gosto: dizer que, sim, Chicago é do tipo Nova York.

+ 10 diferenças entre Chicago e Nova York

Chicago é à prova de chatos: o que você precisa saber
Selfie no feijão mais famoso do mundo
Nighty night, Chicago! A magnificent Mile vista de cima

Chicago é segura?

Sim, pelo menos a maior parte dela.

Chicago foi o berço do crime organizado e é o QG das maiores gangs americanas desde a década de 50, mas em 2004 muita coisa mudou com a integração dos serviços policiais.

O centro de Chicago é extremamente seguro. O que aparece nos jornais acontece nos bairros mais afastados, onde as estatísticas podem ser inclusive mais amenas do que a realidade.

Outra coisa que percebi foram os vários estabelecimentos que exibem dois anúncios logo na entrada: é proibido fumar e é proibido entrar armado.

Sei que parece louco, mas em Illinois quem é maior de idade e sobrevive a uma palestra de 16 horas conquista o direito de andar armado.

Segurança é um sentimento overrated

Chicago é fácil para quem curte se virar?

Chicago é ideal para quem se vira.

Chicago é plana e caminhar não é nenhum sacrifício. Existe transporte público de qualidade e Uber, mas tudo que você precisa é de um celular com internet, um carregador portátil e o mínimo de desenvoltura com o Google Maps.

Sabendo andar em linha reta você consegue conhecer quase tudo sem gastar nada que não seja caloria.

+ Os bairros do centro de Chicago

+ Como é alugar carro em Chicago

Como eu disse o centro é grande, mas desesperados conseguem atravessar os cinco quilômetros que ligam suas extremidades em 90 minutos ou menos.

Porém, nem tudo em Chicago está ali, em linha reta: esses 90 minutos de caminhada podem ser distribuídos em dois, três ou cinco dias de viagem se você curte gastronomia, compras e atrações como observatórios e museus.

Lincoln Park em Chicago
Uma viagem quase sempre caminhando (quase): Lincoln Park em Chicago

Chicago é cara?

Sim, Chicago é cara, mas ainda assim é uma ótima cidade para quem curte fazer compras.

O imposto, que já era caro, infelizmente aumentou com a pandemia: em Chicago a taxa mínima que incide sobre bens e serviços é 10,25%, uma das mais altas do país.

Olha, esse imposto em Chicago tem dado o que falar, então você precisa buscar informações atualizadas caso esteja prestes a viajar.

Isso acontece porque Chicago costumava cobrar impostos adicionais muito específicos, como 2,25% de quem faz “groceries” em farmácias e supermercados, 3% de quem compra “soft drinks” e mais 1% de quem compra comidas prontas para consumo no centro da cidade.

Ou seja, quem entra em uma farmácia e compra uma garrafa de Coca paga 14,5% a mais do que o preço que aparece na etiqueta.

Loucura, certo?

Só que com a guerra e a inflação, esses números têm mudado várias vezes ao ano.

Atualmente, por exemplo, todas esses adicionais, que tinham sido reduzidos a uma taxa única de 1%, estão temporariamente suspensos (pelo menos até 30 de junho de 2023).

Vale a pena fazer compras em Chicago?

Sim, fazer compras em Chicago vale a pena, não só porque a oferta de lojas e produtos é grande, mas porque a experiência de compra é ótima.

Foi em Chicago que nasceu a cultura americana de ir às compras: foi onde criaram as primeiras vitrines com o intuito de conquistar as mulheres nos anos 50, depois concentraram todo tipo de compra em um único lugar e, adivinha?, assim nasciam as primeiras lojas de departamento do mundo.

+ 7 dicas de compras em Chicago

+ Conheça os dois outlets de Chicago

Foi em Chicago que lançaram a primeira Crate and Barrel, fazendo da cidade a precursora do mercado de compras de produtos de decoração e artigos de casa, o que anos depois deu origem a rua que me levou a falência (já, já falamos mais sobre isso)!

Na minha primeira vez em Chicago, estavam lançando o mais tecnológico celular criado até então: o iPhone 6

Hospedagem em Chicago é cara?

Talvez esse seja o ponto onde Nova York e Chicago mais se aproximam: sim, é caro se hospedar em Chicago, mas diferente da realidade absurda de Manhattan, Chicago ainda oferece opções significativamente mais baratas mesmo muito bem localizadas.

Eu prefiro ficar no extremo norte da Magnificent Mile: Delaware Street e Walton Street são duas ruas que gosto muito.

Caso eu não encontre nada ali que caiba no meu bolso, passo o pente fino em The Loop, sendo que na Adams Street e na Monroe Street a gente tem mais chances de conseguir boas oportunidades.

+ Onde ficar em Chicago

Chicago é à prova de chatos
Fiquei em lugares incríveis (e enormes!) pagando muito menos do que eu esperava

Comer em Chicago é caro?

Terei que por Nova York na roda mais uma vez: ainda iremos voltar nesse exemplo depois, mas fui conhecer a versão local de um dos meus restaurantes nova-iorquinos preferidos e gastei quase vinte dólares a menos.

E olha que pedi exatamente o mesmo prato, o mesmo vinho e a mesma sobremesa!

Chicago é famosa pelas suas pizzas, brunches e, principalmente, por versões de alguns dos restaurantes que explodiram primeiro em outras partes do país.

O que para nós é muito bom, obrigado: a qualidade permanece a mesma, mas o preço é bem menor.

+ Onde comer em Chicago

Comi pizzas maravilhosas…
… e abusei de tanto café da manhã!

Que tipo de turismo a gente faz em Chicago?

Eu gosto de fazer o turismo local, o mesmo que as pessoas que moram ali fazem aos fins de semana – ou seja, desbravar espaços públicos: bater perna pelas margens do rio, conhecer parques e percorrer ruas.

O Chicago River é lindo e você não pode deixar de fazer um passeio por ele.

O Millenium Park é tudo aquilo que você espera, prepare a câmera e desbrave-o ao máximo até ter a certeza de ter passado por cada pedacinho dele.

The Loop, como eles chamam o centro, é incansável: você irá passar por ele, e por sua irmã rica, Magnificent Mile, em vários momentos da viagem sem nunca sentir-se completamente satisfeito.

Como Chicago ainda não tem aquela quantidade assustadora de turistas como Miami ou Nova York, algumas de suas atrações funcionam em temporadas específicas: as peças da Broadway, por exemplo, existem aos montes, mas não de forma ininterrupta e sim em temporadas anunciadas que começam na primavera e se estendem pelo verão.

Existem também vários museus e duas torres gigantes que irão disputar a sua presença – e eu realmente acredito que você deva ceder ao maior número possível de atrações, inclusive as pagas.

Chicago-Millenium-Park-76-Art-Institute
Em Chicago eu lembrei que museus podem sim ser muito legais!

Chicago recebe bem os seus turistas?

Pronto, chegamos no ponto em que Chicago e Nova York se distanciam: em Chicago as pessoas não parecem estar sempre com pressa.

Não que elas andem como se estivessem de férias, mas não corremos o risco de sermos atropelados por pedestres: você consegue tirar as fotos que quer, fazer as perguntas que precisa e se enrolar na hora de se fazer entender sem ser condenado por isso.

Existem menos brasileiros, é claro, mas quando você os encontra parece que eles se multiplicam, principalmente em The Loop.

Chicago é uma metrópole extremamente preparada para recebê-lo: precisei ir ao aeroporto quatro vezes e em nenhuma delas gastei mais de 20 dólares ou 30 minutos, mesmo sabendo que eu poderia ter gasto um quarto desse valor de transporte público.

Você sempre encontrará lugares dispostos a recebê-lo com pouca ou nenhuma espera, inclusive os restaurantes mais famosos – é legar saber que nem todo mundo está ali.

Existem quartos disponíveis com diferentes tipos de preço ao longo das temporadas mais e menos concorridas – e para conseguir um hotel que caiba no seu orçamento você não precisa penhorar nenhum membro da família.

Chicago River
Conheci o meu segundo grande rio americano – faltam três!

Chicago é para todos: para os preparados que planejam e para os desavisados que se aventuram.

Chicago é para os que gastam pouco e para os que gastam muito, para os que almoçam pizza e para os que pedem entrada e sobremesa.

Chicago é à prova de chatos, eles duram um ou dois quarteirões, no máximo, porque na esquina seguinte tem sempre uma coisa nova acontecendo, mesmo que você já tenha passado por ali antes.

Outras dicas do blog para programar a sua viagem:

  Já sabe onde ficar em Chicago? Fiz uma lista com as melhores opções nos arredores do Chicago Loop, mas eu prefiro a região de Magnificent Mile, aliás, indico o DoubleTree de olhos fechados!

  Não sabe o que fazer em Chicago? Fiz uma lista com as principais atrações, city tours e passes turísticos para você economizar nas entradas, está tudo aqui.

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10 COMMENTS

  1. Parabéns pela forma como você escreve e passa experiências reais em seus posts. Realmente é diferente dos outros sites de viagem. Vamos fazer nossa primeira viagem aos EUA e escolhemos ir para Chicago. Fiquei ainda mais animada depois que conheci seu site!

  2. Estive em Chicago em 2014, depois de uma estada em Las Vegas e adorei a cidade, tanto que estou voltando em 2017. A cidade é linda, com um visual extraordinário em termos de arquitetura. Bem cuidada e com calçadas amplas. Lugar fabuloso e que todos deviam conhecer. Ótimo post, e com certeza; Chicago está entre as melhores cidades do mundo, sem dúvida!

  3. Que delícia ler seus posts de Chicago… Que saudade que me deu! Fiquei lá 5 dias em 2013 e morro de vontade de voltar e explorar mais e mais… é exatamente isso, uma cidade incrível, facil de se locomover, muitas atrações pelo caminho… Comida deliciosa (Sdds pizza Uno, Duo… hahaha) e uma vibe muito mais “real” do que NY, vc não se sente num eterno cartão postal, numa cidade lotada de turista… é aquilo lá mesmo, é a realidade das pessoas… Chegamos em Chicago vindos de carro durante uma roadtrip que fizemos e nunca vou esquecer de chegar lá a noite… Aqueles prédios LINDOS, todos iluminados… Foi aquele momento ~boca aberta~ por tooodo o caminho!
    Amo Chicago e com certeza vou voltar muitas vezes… E matar a saudade pelos seus posts…
    :)

  4. Thiago, desde as suas fotos de Chicago, no instagram, espero pelos posts sobre a experiencia!! Adoro o site, acho a linguagem super didatica, direta, mas sem ser impessoal! Adorei!! Estamos viajando em fevereiro e, no nosso roteiro, bater pernas é o item numero um!

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