Atualizado em 11 de novembro de 2017 por Thiago Khoury

Viajar é uma forma sabia de se conhecer: tenho ou não tenho estômago de avestruz? Sou do tipo que agrada o ouvido de desconhecidos ou digo só aquilo que acredito? E em que realmente acredito?

Sei que somos vários ao longo do dia: o simpático do trabalho, o divertido na sexta, o que quebra tudo no sábado… Mas quem sou, às duas da manhã, sozinho, em uma estação de trens em Bruxelas? Caramba. Rodei.

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E não importa o que aconteça ainda assim a gente viaja: viaja para se divertir com os amigos, para tirar as fotos que até então só tinha a filha da vizinha. Viaja para comprar as roupas mais baratas, os eletrônicos mais novos. Seguir os passos de alguém que já não existe mais, conhecer os pais dos avós, a cidade da sogra. Viaja para aprender uma nova língua, para comer e beber melhor, para ouvir o ídolo cantar e não enxergar nada da fileira de cima.

E é entre essas e outras que descobrimos aquilo que realmente acreditamos: conhecemos esse novo cara que vivia dentro de nós e não vemos a hora de voltar para casa e apresentá-lo aos amigos. Descobrimos então que para viajar desacompanhado ninguém precisa estar sozinho. E que uma viagem solo é sempre uma viagem a nós mesmos e não há nada mais complicado do que isso.

Desembarcar no desconhecido é papo de quem quer tudo sem sair de casa: esqueça o romantismo dos clássicos literários, esteja sempre preparado.

Mapa na mão que nossa viagem começa agora!

* Em Bruxelas normalmente se fala francês, mas uma variação do holandês, o flamenco, também é oficial.